O dia do e-commerce celebra-se a 20 de outubro todos os anos. E há realmente motivos para celebrar: de acordo com o “Global Ecommerce Forecast 2022” da Insider Intelligence, as vendas globais de comércio eletrónico ultrapassaram os 5 triliões de dólares em 2022, representando mais de um quinto do crescimento do comércio a retalho – um potencial que nenhum retalhista quer desperdiçar.
Mas para muitos retalhistas o peso crescente do e-commerce é também um grande desafio, devido à complexidade da transição e à necessidade inerente de adaptar todo o modelo de negócio a esta nova realidade. Muitos retalhistas adotam soluções de comércio eletrónico na cloud, como forma de se tornarem mais ágeis e capitalizarem mais rapidamente todo o potencial de transformação digital existente: A cloud fornece uma infraestrutura robusta para permitir operações de comércio unificado sem descontinuidades, experiências personalizadas multicanal, e cadeias de fornecimento inteligentes e robustas.
Para perceber melhor como é que as empresas estão a tirar partido da cloud para avançar a sua agenda de transformação digital, a Microsoft fez um estudo junto de 50 empresas globais de Retalho e Bens de Consumo, em que elencamos 30 casos de uso que exemplificam o potencial desta arquitetura, mapeados por impacto no negócio, nível de maturidade e nível de investimento.
Como parte desse estudo, identificámos também os quatro principais desafios que os retalhistas enfrentam atualmente no seu processo de transformação digital e adoção do comércio eletrónico – aqui destacaria quatro:
1. Desempenho degradado da plataforma de comércio eletrónico durante as épocas de maior tráfego: Ocasiões como a “Black Friday” e o Natal são dos eventos mais importantes para qualquer negócio de comércio eletrónico. As vendas disparam à medida que os clientes aproveitam potenciais oportunidades de compra. Para se prepararem para estes picos de procura, habitualmente os retalhistas planeiam cedo, muitas vezes bloqueando as suas experiências digitais através de “congelamento de código” (ou code freeze) nos websites no início do Outono. Embora estas ocasiões continuem a ser significativas para os resultados dos retalhistas, novas dinâmicas promocionais estão a multiplicar os momentos de pico de tráfego nas plataformas. Isto torna o desafio maior para os retalhistas, uma vez que não se trata apenas de gerir um ou dois picos na procura dos consumidores, mas sim suportar picos sustentados ao longo de períodos de tempo mais longos – alguns deles planeados, outros não necessariamente.
2. Silos de dados em múltiplos canais que restringem a gestão eficiente de cadeias de abastecimento: Em 2021, a época festiva ficou marcada por seis mil milhões (6.000.000.000) de mensagens de rutura de stock. A necessidade de foco no cliente abrange por isso forçosamente a otimização das cadeias de fornecimento, de forma a proporcionar entregas convenientes, e ainda experiências personalizadas que conduzem à fidelização. Isto exige que as empresas desbloqueiem os dados em silos para estabelecer uma visão holística em toda a sua cadeia de fornecimento, ao mesmo tempo que permitem aos clientes acompanhar as suas entregas em tempo real.
3. Incapacidade de integrar novos modelos de interação com o cliente no comércio eletrónico: As plataformas de comércio direto ao consumidor (DTC) têm vindo a ganhar cada vez mais relevância na nova economia de conveniência. Isto conduz ainda mais o comércio eletrónico para plataformas de redes sociais, dando origem a novos modelos de negócio como o live commerce, social commerce e gamification. A adoção destes novos modelos de interação com o cliente exige a sua integração rápida na plataforma sem comprometer a segurança dos dados, a privacidade dos clientes, a velocidade do check-out e o desempenho global da plataforma.
4. Dificuldade em implementar casos de uso de comércio eletrónico ao ritmo desejado: à medida que os retalhistas experimentam a tecnologia como um veículo para racionalizar os seus produtos e serviços de modo a satisfazer as preferências dos seus clientes, torna-se clara a necessidade de reforçar as capacidades digitais para concretizar a nova experiência de compra desejada. A cloud permite e integra perfeitamente tecnologias modernas, de recursos intensivos como a IA, realidade mista, Internet das Coisas (IoT), metaverso, e blockchain para implementar casos de utilização do comércio eletrónico em ritmo acelerado.
Os benefícios da adoção de arquiteturas de e-commerce na cloud vem justamente dar resposta a alguns destes desafios: a escalabilidade para responder aos picos de tráfego e de procura; a visibilidade de dados 360º e a sua consulta em tempo real pelas cadeias de fornecimento, pontos de contacto como cliente e operações; a flexibilidade na personalização de plataformas digitais para proporcionar experiências de compra únicas; transações online seguras e privacidade de dados; pesquisas online mais rápidas e recomendações personalizadas; capacidade de adoção em escala de modos modernos de interação com o cliente.
O número de retalhistas que migram as suas workloads de comércio eletrónico para a cloud é cada vez maior: atualmente, mais de 60% do total das workloads de comércio eletrónico funcionam em clouds privadas e públicas. Prevê-se que este número cresça para 85% em 2023, com mais de metade destas workloads a serem alojadas em clouds públicas.
O nosso objetivo é continuar a trabalhar em conjunto com os parceiros de retalho da Microsoft para capacitar as organizações a conectarem-se com os clientes, colaboradores e os respetivos dados.
A aposta no comércio eletrónico na cloud traz a agilidade necessária para satisfazer as pressões exigentes de hoje e as incertezas de amanhã – transformando esta incerteza numa oportunidade competitiva. Vamos capturá-la?