Em cenários de liderança, decidir é uma constante adaptação à realidade. Vivemos momentos singulares, pós-pandemia, num ambiente económico instável e desafiante, e, também por isso, o processo de decisão ganha maior importância.
Na área de sistemas de informação, esta responsabilidade é, também, complexa, sendo necessário decidir de forma fundamentada, rápida e com vista à rentabilidade. Esta complexa dinâmica promove a incerteza sobre a natureza, intervenientes e tempo das iniciativas que realmente criam valor.
Assim, identificar que iniciativas são fundamentais pode passar por priorizar corretamente e assegurar a sua boa execução.
Numa primeira análise, este exercício de resposta a duas simples questões pode parecer simples. Mas não é. Um gestor de sistemas informação convive com uma multitude de temas complexos, não dispõe dos recursos em quantidade e especialidade, e é ainda, exacerbado por informação.
O reforço dos fundamentos, dos princípios elementares subjacentes à tomada de decisão assume, por isso, importância vital.
Fazer as coisas certas tem subjacentes as decisões de médio-longo prazo, com o entendimento e escolha sobre importantes temáticas tecnológicas. Um erro comum é ter como base decisões passadas e aplicá-las à realidade. Questionar se estamos a fazer as ações certas promove o contraditório, elevando o pensamento para mudanças de paradigma. Assim, deixo-lhe três ações necessárias para fazer as coisas certas:
1. Seja proativo
Assegurar que nos processos de planeamento são consideradas ações recorrentes de análise do “estado de saúde” das infraestruturas e sistemas. A utilização de versões tecnológicas atuais minimiza significativamente o risco de não continuidade de negócio.
2. Produtividade como um dos objetivos principais
Adoção de tecnologias “cloud” como pilar estratégico de atuação nos eixos de ação sobre recursos técnicos e humanos. Fazer mais com menos, privilegiando a estandardização, uniformização de acesso e rapidez de adoção, contribui significativamente para a proteção de investimento.
3. Aconselhe-se
A colaboração com parceiros de referência que assegurem que as decisões estratégicas estão de acordo com as melhores orientações sobre temas fundamentais como arquiteturas ou modelos de governance é essencial. Pilares de atuação sólidos criam confiança nas equipas e promovem a aprendizagem. A adaptação da organização a novas realidades alavanca e sustenta a inovação.
Fazer as coisas bem remete para as decisões no imediato, na resposta operacional e eficaz. Neste contexto de ação, o saber fazer bem obtém uma dimensão de importância significativa onde a racionalidade, rapidez e objetividade são relevantes. A resposta pragmática de saber fazer dinamiza ações pragmáticas. Assim:
1. Segurança é prioridade
Em diversas organizações, segurança e compliance são temas tratados como necessários ao invés de prioritários. A consciência de que existe sempre espaço para melhorias em todos os stakeholders internos e a adopção de um modelo de operação DevOpsSec, onde as questões de segurança são consideradas nas diversas etapas do processo, é um enabler para maior rapidez de atuação e crescimento, dinamizando ambientes seguros e de menor risco.
2. Capacitação como criação de valor
O reforço de competências é estratégico. É a opção que assegura a capacidade de atuação e pensamento independente. Iniciativas de capacitação coletiva permitem o desenvolvimento de independência, agilidade e atuação de acordo com as melhores referências de mercado.
3. Conheça o seu cliente
Quanto mais longe as equipas de IT estão dos seus stakeholders, maior a probabilidade de insucesso. Conhecer o cliente interno ou externo permite entender como criar valor. A proximidade cria compromissos e assegura que as iniciativas têm uma consequência. A criação de pontes de comunicação é uma alavanca de dinamização de novas ideias e assertividade de ação.
Uma decisão não fundamentada ou não suportada em alguns destes princípios, pode comprometer o correto juízo sobre os temas.
Vivemos uma realidade cada vez mais desafiante com variáveis que contribuem para a distração e deturpam uma visão clara do imperativo de entrega de resultados e criação de valor, promovendo decisões menos acertadas.
Endereçar este paradigma “está a fazer as coisas certas ou está a fazer as coisas bem” desafia o seu pensamento segundo perspetivas complementares de pragmatismo operacional e pensamento lateral, fundamentais para uma sustentada atuação com criação de valor.