Capacitação de funcionários do governo através de competências digitais
Por que razão os governos devem liderar pelo exemplo e não demorar a garantir que a população ganhe as competências necessárias para ter sucesso no local de trabalho moderno.
Luís Ferreira da Silva
Diretor da Unidade de Negócio Microsoft Azure | Director of Microsoft Azure Business Unit
Os departamentos de TI enfrentam problemas semelhantes por todo o mundo. A preocupação com as lacunas nas competências, as cargas de trabalho pesadas e as novas ameaças à cibersegurança estão sempre presentes. É de extrema importância compreender a forma como a comunidade de TI está a reagir e a lidar com estas exigências.
O Relatório de Salários e Competências de TI, um estudo exaustivo da Global Knowledge, fornece estes elementos baseado num inquérito feito junto de mais de 16.000 profissionais de TI.
Ao incidir em áreas chave, como as remunerações, as certificações, o desenvolvimento profissional e a realização profissional, o estudo mostra as competências mais procuradas, os desafios que os profissionais de TI enfrentam a nível mundial e como as suas funções podem mudar no futuro.
Estas conclusões corroboram o relatório Future of Jobs Report 2018 do Fórum Económico Mundial, que calcula que a automatização e a IA poderão, por um lado, acabar com 75 milhões de empregos até 2022 e, por outro, criar 133 milhões de novos empregos.
Mais de dois terços dos decisores de TI revelam uma lacuna entre os níveis de competências da sua equipa e os conhecimentos exigidos para cumprirem os objetivos organizacionais. Revelam uma preocupação geral relacionada com as competências que as suas equipas precisam para atingirem os seus objetivos.
A competência mais procurada é em tecnologia Blockchain, mas é também a mais escassa. É seguida de perto pela IA e a computação cognitiva.
38% dos inquiridos indicaram estar a ter dificuldades em encontrar talentos qualificados em cibersegurança, enquanto 29% identificaram o cloud computing como um desafio de recrutamento. Cerca de 25% dos inquiridos apontaram a virtualização, redes, Internet of Things (IoT) e IA/computação cognitiva como prioridades de investimento para as suas organizações.
O estudo também mostra uma maior valorização das certificações. No estudo da Global Knowledge, 70% dos profissionais de TI acreditavam que as certificações melhoravam a eficácia dos colaboradores. Hoje, esse número é superior a 90%. As certificações mais cobiçadas são em blockchain, cloud computing, e Programadores e Operadores (DevOps).
Os inquiridos em todos os setores referiram uma correlação entre as certificações e um aumento da produtividade, bem como uma redução das lacunas nas competências. Esta é uma das razões pelas quais os profissionais certificados que trabalham na região EMEA ganham cerca de 3000 USD mais do que os que não têm certificações.
Tendo isto em conta, o programa Microsoft Level Up foi desenvolvido para elevar as suas competências de cloud a um novo patamar e para conceder certificações que o comprovam. Além disso, o Azure Heroes no Microsoft Level Up premeia os indivíduos com “distintivos digitais” colecionáveis que lhes permitem mostrar as suas conquistas, contributos para a comunidade e competências.
Globalmente, 60% dos decisores de TI indicam que o negócio corre bem. No entanto, 65% também afirmam que a contratação de talentos qualificados é um problema e 75% indicam que as cargas de trabalho se tornaram, por conseguinte, verdadeiros desafios. Uns alarmantes 37% dos inquiridos foram ainda mais longe e afirmaram que a pressão de trabalho é um “grande desafio” ou “a pior que já viram”.
Nunca a necessidade de colmatar as nossas lacunas nas competências de TI foi mais premente.